Suprema Corte do Paquistão invalida prisão do ex-primeiro-ministro Imran Khan
A Suprema Corte do Paquistão anulou nesta quinta-feira (11) a prisão do ex-primeiro-ministro paquistanês Imran Khan, que provocou violentas manifestações de seus apoiadores em todo o país nesta semana e forçou o envio do exército.
"Sua prisão é inválida e todo o processo deve ser revisado", disse Umar Ata Bandial, presidente da Suprema Corte, ao ex-primeiro-ministro, cujos advogados interpuseram recurso contra a prisão, realizada na terça-feira por acusações de corrupção.
O político, de 70 anos, disse ao tribunal que foi "tratado como um terrorista".
Imran Khan perdeu o poder em abril de 2022, mas continua muito popular e espera voltar ao poder em breve.
Na quarta-feira, ele foi colocado em prisão preventiva por um período de oito dias, em relação a um caso de corrupção, por decisão de um tribunal especial da capital Islamabad. Sua prisão provocou manifestações violentas.
Nesta quinta-feira, as forças da segurança continuaram a patrulhar as ruas de todo o país e prenderam simpatizantes do ex-primeiro-ministro.
Nesse sentido, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu "calma" às forças de segurança paquistanesas e aos manifestantes a "absterem-se de toda a violência".
"Liberdade de expressão" e "o Estado de direito são essenciais para resolver conflitos políticos. Força desproporcional não tem lugar", escreveu Türk no Twitter.
Após meses de crise política, nos quais desafiou cada vez mais abertamente o exército, Imran Khan, um ator político-chave no Paquistão, foi preso na terça-feira em Islamabad.
A prisão provocou a revolta dos apoiadores de seu partido, o Pakistan Tehreek e Insaf (PTI, Movimento pela Justiça).
Milhares deles protestaram e protagonizaram confrontos com as forças de segurança. Incomum no Paquistão, os manifestantes atacaram símbolos do poder militar, acusando o exército de ajudar a remover Imran Khan do poder, o que os militares negam.
Pelo menos nove pessoas morreram em incidentes ligados às manifestações, segundo fontes policiais e de saúde.
Ch.Siegenthaler--NZN