Zürcher Nachrichten - Morales vs. Arce, a disputa por trás dos protestos que paralisam a Bolívia

EUR -
AED 4.09844
AFN 76.83586
ALL 99.089905
AMD 432.002035
ANG 2.007856
AOA 1035.248441
ARS 1074.344472
AUD 1.638661
AWG 2.008525
AZN 1.893024
BAM 1.952645
BBD 2.249466
BDT 133.1349
BGN 1.952645
BHD 0.419822
BIF 3229.681956
BMD 1.115847
BND 1.439574
BOB 7.698562
BRL 6.154006
BSD 1.1141
BTN 93.116256
BWP 14.727206
BYN 3.646009
BYR 21870.604702
BZD 2.245672
CAD 1.513875
CDF 3203.596944
CHF 0.949519
CLF 0.037544
CLP 1035.955103
CNY 7.868838
CNH 7.863816
COP 4635.206863
CRC 578.066046
CUC 1.115847
CUP 29.56995
CVE 110.087137
CZK 25.069965
DJF 198.389472
DKK 7.458914
DOP 66.871958
DZD 147.446777
EGP 54.143139
ERN 16.737708
ETB 129.282025
FJD 2.455759
FKP 0.849783
GBP 0.838319
GEL 3.04616
GGP 0.849783
GHS 17.514702
GIP 0.849783
GMD 76.439037
GNF 9625.448619
GTQ 8.612086
GYD 233.06345
HKD 8.693621
HNL 27.636349
HRK 7.586657
HTG 147.002495
HUF 393.006904
IDR 16917.359076
ILS 4.220039
IMP 0.849783
INR 93.159124
IQD 1459.442049
IRR 46968.795211
ISK 152.101006
JEP 0.849783
JMD 175.037201
JOD 0.79058
JPY 160.821451
KES 143.711755
KGS 93.997292
KHR 4524.689674
KMF 492.479286
KPW 1004.261828
KRW 1487.446408
KWD 0.340411
KYD 0.9284
KZT 534.147004
LAK 24601.252923
LBP 99767.610207
LKR 339.910822
LRD 222.82
LSL 19.558301
LTL 3.294807
LVL 0.674965
LYD 5.290452
MAD 10.802747
MDL 19.440591
MGA 5038.858955
MKD 61.515612
MMK 3624.22811
MNT 3791.648663
MOP 8.942951
MRU 44.274468
MUR 51.195339
MVR 17.138946
MWK 1931.679078
MXN 21.635702
MYR 4.687244
MZN 71.247233
NAD 19.558301
NGN 1802.662425
NIO 41.003752
NOK 11.702003
NPR 148.98629
NZD 1.789722
OMR 0.429057
PAB 1.1141
PEN 4.175853
PGK 4.360954
PHP 62.080156
PKR 309.55267
PLN 4.269415
PYG 8691.956818
QAR 4.061738
RON 4.989403
RSD 116.898133
RUB 103.401129
RWF 1501.873494
SAR 4.187163
SBD 9.269272
SCR 14.55748
SDG 671.196271
SEK 11.351558
SGD 1.440826
SHP 0.849783
SLE 25.494098
SLL 23398.751675
SOS 636.67136
SRD 33.704207
STD 23095.783712
SVC 9.74825
SYP 2803.599441
SZL 19.565389
THB 36.811555
TJS 11.842866
TMT 3.905465
TND 3.375746
TOP 2.613427
TRY 38.108792
TTD 7.577757
TWD 35.711596
TZS 3041.485868
UAH 46.048502
UGX 4127.331666
USD 1.115847
UYU 46.035622
UZS 14177.094741
VEF 4042215.025119
VES 41.104208
VND 27455.419831
VUV 132.475619
WST 3.121541
XAF 654.898911
XAG 0.035916
XAU 0.000426
XCD 3.015633
XDR 0.825666
XOF 654.898911
XPF 119.331742
YER 279.324446
ZAR 19.421431
ZMK 10043.986022
ZMW 29.495346
ZWL 359.302336
Morales vs. Arce, a disputa por trás dos protestos que paralisam a Bolívia
Morales vs. Arce, a disputa por trás dos protestos que paralisam a Bolívia / foto: FERNANDO CARTAGENA - AFP

Morales vs. Arce, a disputa por trás dos protestos que paralisam a Bolívia

A Bolívia está parcialmente paralisada por causa de bloqueios rodoviários realizados desde 22 de janeiro por apoiadores do ex-presidente Evo Morales, impedido por magistrados a se candidatar novamente à Presidência.

Tamanho do texto:

Os protestos acirraram a disputa dentro do governo entre o ex-presidente e seu sucessor, Luis Arce, ex-aliado e hoje seu maior adversário em sua tentativa de voltar ao poder.

- Como os protestos começaram? -

No fim de dezembro, o Tribunal Constitucional inabilitou Morales como candidato presidencial para as eleições de 2025, alegando que a reeleição indefinida não é um "direito humano", como havia apontado em outra sentença de 2017.

A corte, cujos membros são considerados alinhados ao governo, também argumentou que o ex-dirigente de 64 anos já exerceu os dois mandatos que a Constituição permite.

Amparado nas reformas constitucionais que ele próprio promoveu, Morales ocupou a Presidência entre 2006 e 2019, quando foi forçado a renunciar, assediado pela crise que explodiu devido a uma suposta fraude eleitoral para conquistar um quarto mandato.

Após esta decisão recente, cocaleiros foram às ruas para exigir a renúncia dos juízes constitucionais que prorrogaram seus próprios mandatos diante da falta de um acordo no Congresso para convocar eleições judiciais no ano passado.

Eles também pedem a convocação o quanto antes da eleição de um novo tribunal.

"Enquanto os juízes atuais estiverem em seus cargos, a candidatura de Evo é inviável", afirmou a cientista política Ana Velazco.

Em sua opinião, Morales pretende que uma nova corte - formada por magistrados alinhados a ele - reverta a sentença, revivendo suas aspirações.

- Por que contra Arce? -

"Este conflito é a expressão de uma disputa travada dentro do partido do governo, uma disputa de quem vai ser indicado candidato", afirma Carlos Cordero, analista da privada Universidade Católica Boliviana.

Além dos juízes, os protestos têm como alvo o governo. No ano passado, Morales rompeu abertamente com Arce, que foi seu ministro da Economia e cuja candidatura ele impulsionou com êxito em 2020.

A disputa rachou a situação, que detém maiorias no Congresso.

A ala governamental do Movimento ao Socialismo (MAS) proclamou Arce candidato para 2025. Outro setor abraçou as pretensões de Morales.

A disputa é travada na justiça, no Legislativo e há uma semana nas ruas. Sem liderança única, a oposição ainda não se apresenta como uma opção sólida para 2025.

"Uma coisa era Evo como presidente, podendo gerenciar muitos recursos do Estado (...) aos quais agora não tem acesso, mas outra coisa é Evo dirigente. Quer mostrar que pode pôr o governo em xeque", afirma Ana Velazco.

O líder indígena acredita que Arce, de 60 anos, juízes e congressistas se aliaram para boicotar suas pretensões de voltar ao poder.

"O Governo não quer uma justiça para o povo, quer uma justiça submissa e submetida ao Poder Executivo para não respeitar a Constituição Política do Estado", afirmou Morales na rede social X.

- Qual é o impacto dos protestos? -

Com pedras, pedaços de pau e fogueiras, milhares de camponeses bloquearam 36 estradas, a maioria em Cochabamba, berço político de Morales.

As manifestações cortaram a ligação entre o leste e o oeste da Bolívia.

Em cidades como La Paz, já se sentem o desabastecimento e o alto preço de alguns produtos da cesta básica, como o frango.

Segundo o balanço do governo, três pessoas morreram bloqueadas pelos protestos, inclusive um bebê de nove meses com dengue que não conseguiu receber atendimento médico em Cochabamba.

Além disso, 32 policiais ficaram feridos em confrontos nas vias e 21 manifestantes foram detidos com explosivos.

O governo descartou o uso da força militar e culpou diretamente Morales. A ele só interessa "ir tirando tudo aquilo que interfere em sua obsessão de chegar novamente à Presidência", afirma Jorge Richter, porta-voz do governo.

- Há solução à vista? -

Às custas do governo, as forças divididas da situação no Congresso concordaram em dar início, nesta terça-feira, à discussão de um projeto de lei para convocar eleições judiciais.

O MAS vai chefiar uma comissão "interpartidária" com representantes da oposição, encarregada de preparar uma proposta para levar ao plenário do Legislativo em prazo indeterminado.

No entanto, os apoiadores de Morales mantêm a pressão.

Aqui "não está sendo reconhecida a prorrogação dos magistrados. Tampouco abordou-se ou acordou-se suspender os bloqueios", alertou o presidente da Câmara Alta, Andrónico Rodríguez.

A.Wyss--NZN