Cai o número de migrantes que atravessam selva panamenha
O número de migrantes que cruzaram este ano a inóspita floresta do Darién, em seu caminho para os Estados Unidos, é menor em comparação com 2023, informou nesta quarta-feira (17) o chefe da polícia fronteiriça do Panamá.
"Comparado com o ano passado, há uma quantidade menor de migrantes", indicou o diretor da polícia fronteiriça (Senafront), o comissário Jorge Gobea.
Neste ano de 2024, passaram pelo Darién vindos da Colômbia 212 mil pessoas até agora, 9 mil a menos que no mesmo período de 2023, acrescentou.
Essa queda acontece depois que as autoridades panamenhas decidiram fechar diversos caminhos utilizados pelos migrantes na floresta inóspita.
De 1º de janeiro a 31 de julho de 2023, 251 mil pessoas passaram pelo Darién, segundo dados oficiais panamenhos.
Gobea informou que foram cercados "mais de 4,7 quilômetros" na fronteira de selva, o que inclui "mais de cinco passagens clandestinas utilizadas pelo crime organizado para movimentar migrantes da Colômbia até o Panamá".
Contudo, o fluxo de migrantes também caiu por estes dias em anos anteriores pelas más condições climáticas próprias do início da temporada de chuvas.
O presidente de Panamá, José Raúl Mulino, assumiu o poder em 1º de julho com a promessa de fechar a passagem para os migrantes que entram no Panamá através do estreito de Darién.
Também prometeu repatriá-los para seus países de origem. No entanto, em uma entrevista recente, seu ministro de Segurança Frank Ábrego disse que as repatriações seriam voluntárias.
O governo Mulino firmou um acordo com os Estados Unidos mediante o qual Washington fornecerá 6 milhões de dólares (R$ 32,8 milhões) para financiar os voos de repatriação e outros gastos.
As autoridades panamenhas confirmaram na semana passada o fechamento de várias passagens na floresta e, nos últimos dias, vídeos circularam nas redes sociais mostrando migrantes parados em frente a cercas de alambrado na selva.
"A intenção [desses fechamentos] é canalizar esse fluxo, não interromper o movimento migratório, mas sim poder conduzi-los por um só lugar" para evitar que sejam atacados por grupos criminosos, afirmou Gobea.
Em 2023, mais de 500 mil migrantes atravessaram o Darién, apesar dos grandes perigos dessa jornada, como rios caudalosos, animais selvagens e grupos criminosos. Em sua maioria, os migrantes eram venezuelanos, mas também se destacavam os haitianos, equatorianos, colombianos e chineses.
Após a travessia do Darién, os migrantes embarcam em ônibus que os levam à Costa Rica para possam seguir com sua viagem.
R.Bernasconi--NZN