Nove mortos em naufrágio de barco pesqueiro na região das Malvinas
Nove pessoas morreram e quatro continuam desaparecidas desde o naufrágio de uma embarcação de pesca na segunda-feira (22), na região das Ilhas Malvinas, e as operações de busca tiveram que ser interrompidas devido ao mau tempo, indicaram as autoridades locais nesta quarta-feira (24).
Os 27 tripulantes do "Argos Georgia" – entre eles 10 espanhóis, dois uruguaios e dois peruanos – foram obrigados a abandonar a embarcação na segunda-feira por volta das 19h00 GMT (16h00 no horário de Brasília), após a descoberta de uma fenda, a 200 milhas náuticas de distância (cerca de 370 quilômetros) a leste de Stanley, capital deste arquipélago do Atlântico Sul sob controle britânico, cuja soberania a Argentina também reivindica.
"Podemos confirmar que, até agora, recuperamos os corpos de nove tripulantes e que quatro continuam desaparecidos", indicaram as autoridades das Ilhas Malvinas, após o dia de resgate em pleno inverno austral.
Segundo a mesma fonte, 14 tripulantes foram resgatados na terça-feira e deveriam ser repatriados para Stanley (Puerto Argentino para Buenos Aires) para avaliação de saúde.
As "previsões meteorológicas" obrigaram a suspensão das operações de busca nesta quarta-feira, que serão retomadas "quando for possível", acrescentou.
As autoridades espanholas relataram anteriormente o mesmo número de mortos.
Entre os tripulantes estavam também oito russos e cinco indonésios, disse em coletiva de imprensa o delegado do Governo espanhol na região da Galiza, Pedro Blanco.
Dois dos espanhóis morreram e dois estão desaparecidos, disse a Prefeitura da Galiza, região do noroeste da Espanha de onde procediam as duas vítimas mortais.
"Neste momento as causas" do naufrágio são desconhecidas, mas "parece que foi efetivamente causado por uma via navegável aberta no casco do barco", acrescentou Blanco, que disse basear-se em informações fornecidas pelas autoridades das Malvinas.
- Condições "extremamente difíceis" -
Após o naufrágio, os "27 tripulantes do barco de pesca ‘Argos Georgia’ foram obrigados a abandonar o navio (…) e alguns tripulantes entraram nos botes salva-vidas", detalhou o governo do arquipélago.
Aeronaves das Forças Britânicas das Ilhas do Atlântico Sul (BFSAI, na sigla em inglês) localizaram as embarcações. Um barco patrulha, o "FPV Lilibet", e dois barcos de pesca dirigiram-se à área indicada.
Poucas horas antes, as autoridades do arquipélago haviam descrito as condições meteorológicas "extremamente difíceis" do inverno austral, que impossibilitaram um resgate por helicóptero na segunda-feira, apesar de duas tentativas.
Robert Ervik, proprietário do barco pesqueiro com bandeira da Ilha de Santa Helena, confirmou à AFP que a embarcação começou a afundar na segunda-feira.
As Malvinas, chamadas de Falklands pelos britânicos, estão localizadas a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13 mil quilômetros do Reino Unido. As ilhas foram palco de uma guerra de 74 dias em 1982, que terminou com a rendição das tropas do país sul-americano e um número de mortos de 649 argentinos e 255 britânicos.
bur-mdm-du-meb/js/mb/aa/mvv
R.Schmid--NZN