Zürcher Nachrichten - Ex-ministro de Bolsonaro é preso em investigação por trama golpista

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Ex-ministro de Bolsonaro é preso em investigação por trama golpista
Ex-ministro de Bolsonaro é preso em investigação por trama golpista / foto: MAURO PIMENTEL - AFP/Arquivos

Ex-ministro de Bolsonaro é preso em investigação por trama golpista

A Polícia Federal prendeu neste sábado (14) o general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro, por sua participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022 e por tentar obstruir as investigações, informaram as autoridades.

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A prisão foi ordenada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, por causa da "participação" de Braga Netto na “tentativa de golpe de Estado e “obstrução de Justiça por tentar atrapalhar as investigações sobre o episódio", informou a corte em um comunicado.

"Braga Netto foi preso na operação", confirmou uma fonte da Polícia Federal à AFP.

Os agentes também cumpriram ordens de busca e apreensão contra um assessor do general, o coronel Flávio Botelho Peregrino.

A Polícia Federal recomendou, no fim de novembro, o indiciamento do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro, de 69 anos, e de vários de seus aliados, por uma suposta tentativa de golpe para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, após a vitória do esquerdista nas eleições de 2022.

Além do ex-mandatário (2019-2022), a polícia recomendou processar seu ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, que também foi seu companheiro de chapa nas eleições.

Os 37 indiciados devem ser processados pelos "crimes de abolir violentamente o Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa", segundo a Polícia Federal.

A investigação da PF, que reuniu provas durante dois anos, está consolidada em um relatório de mais de 800 páginas, atualmente nas mãos da Procuradoria-Geral da República, que deve decidir se vai apresentar acusações criminais contra os indiciados.

A prisão de Braga Netto foi determinada pelo juiz do STF, Alexandre de Moraes, após um pedido da Polícia Federal.

Segundo a investigação policial, Braga Netto teve uma "participação ativa" em uma tentativa de pressionar os comandantes das Forças Armadas a "aderirem ao golpe".

O general também estaria envolvido na obtenção e entrega de recursos financeiros para operações de vigilância e "no planejamento de sequestros e, possivelmente, homicídios de autoridades".

Além disso, ele teria agido para obter informações sob segredo de justiça a respeito da investigação.

Braga Netto já havia sido alvo de uma operação policial em fevereiro, como parte da investigação sobre "a organização criminosa envolvida na tentativa de golpe de Estado", mas não foi detido na ocasião.

- Manuscrito -

Bolsonaro é apontado pela Polícia Federal como tendo "plena consciência e participação ativa" no suposto plano golpista frustrado para impedir a posse de Lula, segundo a PF.

O ex-presidente de extrema direita também teria "pleno conhecimento" de um esquema para assassinar Lula após sua vitória nas eleições.

O plano, chamado "Punhal Verde e Amarelo", teria sido discutido na casa do general Braga Netto e foi impresso no Palácio do Planalto, segundo investigadores.

Além de Lula, o plano também incluía o assassinato do então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin e de Moraes, responsável por diversas investigações contra Bolsonaro e seu círculo próximo.

Entre as provas reunidas pela Polícia Federal também está um manuscrito com notas sobre o plano golpista, encontrado na sede do Partido Liberal, de Bolsonaro, entre os pertences de um assessor de Braga Netto.

Sob o título "Operação 142", o documento menciona alternativas como "interrupção do processo de transição", "anulação das eleições" e "prorrogação dos mandatos".

Embora o golpe de Estado não tenha ocorrido, em 8 de janeiro de 2023, poucos dias após a posse de Lula, milhares de bolsonaristas invadiram e vandalizaram as sedes da Presidência da República, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso em Brasília.

Bolsonaro, que havia viajado para os Estados Unidos dias antes, é alvo de outra investigação para determinar se incentivou os ataques.

F.E.Ackermann--NZN