Inflação em 12 meses nos EUA cai para 4,9% em abril, aponta índice IPC
A inflação em 12 meses desacelerou em abril nos Estados Unidos para 4,9%, o menor nível desde abril de 2021, conforme dados divulgados elo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (10).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), pelo qual as aposentadorias são indexadas, ficou ligeiramente abaixo de 5,0% nos 12 meses encerrados em março.
Em um mês, a inflação voltou a acelerar, atingindo 0,4%, contra 0,1% em março, detalhou o Departamento do Trabalho em nota.
Os analistas esperavam 5,0% e 0,4%, respectivamente, de acordo com a média das previsões registradas pela MarketWatch.
- Ainda alta -
"O índice do setor de habitação foi o que mais contribuiu para o aumento mensal de todos os itens, seguido do aumento no índice de automóveis e caminhões usados e da gasolina", explicou o órgão.
Embora este novo valor mostre um passo na direção certa para as autoridades econômicas e marque o menor aumento anual em quase dois anos, mantém-se muito acima dos níveis anteriores à pandemia de covid-19.
Excluindo-se os segmentos voláteis como alimentos e energia, a inflação aumentou 0,4% mensal em abril, assim como registrada em março.
Apesar de os preços mais altos da gasolina impulsionarem os índices do IPC, o economista-chefe da consultoria Pantheon Macroeconomics, Ian Shepherdson, espera que isto se reverta em maio.
- Governo satisfeito -
Os analistas acompanham de perto os números da inflação, um índice-chave, enquanto o Federal Reserve (Fed, Banco Central americano) avalia se deve aumentar ainda mais as taxas de juros e por quanto tempo manter sua política restritiva.
A notícia foi destacada pelo governo do democrata Joe Biden.
"Considerando o relatório de hoje, a inflação anual caiu 45% desde o verão passado", disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em um comunicado.
"A taxa de inflação anual caiu 10 meses seguidos em um momento em que nossa economia e mercado de trabalho estão fortes, com a taxa de desemprego em seu nível mais baixo em mais de 50 anos", afirmou.
- "Longo caminho" -
O economista Oren Klachkin da Oxford Economics ressaltou, contudo, que será um "longo caminho" voltar à meta de inflação de 2% estabelecida pelo Fed.
"Esperamos receber notícias mais animadoras sobre a inflação, à medida que a economia for esfriando, embora não tenhamos atingido a meta de inflação de 2% do Fed há algum tempo", acrescentou, em uma nota.
Os números de inflação são divulgados pouco depois de o Federal Reserve anunciar seu 10º aumento consecutivo da taxa de juros com o objetivo de combater o aumento dos preços neste mês, ao mesmo tempo em que mostra que dependerá de dados para decisões futuras.
Mais de um ano depois de o Fed iniciar sua campanha de aumentos de taxas, a inflação se manteve, no entanto, obstinadamente alta. Em comparação com o ano passado, o índice correspondente ao item alimentação ainda está 7,7% maior, embora o índice de energia tenha caído 5,1%, ainda segundo o Departamento do Trabalho.
T.Gerber--NZN