Trump ataca latinos e Kamala em Nova York; democrata devolve as críticas
O republicano Donald Trump fez um grande comício no domingo (27) no emblemático Madison Square Garden de Nova York, no qual atacou impiedosamente a rival Kamala Harris, mas os democratas tentaram tirar proveito das ofensas dos aliados do ex-presidente aos latinos, em particular os porto-riquenhos.
Tanto o ex-presidente como vários oradores que o precederam no Madison Square Garden, com capacidade para 20 mil pessoas, atacaram a candidata democrata, os Porto Rico e os imigrantes latinos, na reta final de uma das disputas mais acirradas pela Casa Branca na história do Estados Unidos.
"Os Estados Unidos são para os americanos e apenas para os americanos", disse um dos conselheiros de extrema direita de Trump, Stephen Miller, diante de milhares de apoiadores que usavam bonés com o slogan "Make America Great Again" (MAGA).
Ao longo de vários discursos em um reduto democrata, o comediante Tony Hinchcliffe mirou em Porto Rico, um estado associado dos Estados Unidos, e nas taxas de natalidade entre os latinos.
"Há literalmente uma ilha flutuante de lixo no meio do oceano agora momento. Acho que se chama Porto Rico", disse, depois de perguntar ao público se havia muitos latinos, que responderam em massa.
Então, ele completou: "Nós amamos vocês", enquanto fazia um gesto de 'fora' com as mãos.
Com uma retórica anti-imigrante cada vez mais incendiária, Trump prometeu expulsar a gangue "selvagem" Trem de Aragua e o grupo criminoso salvadorenho MS-13. Também prometeu expulsar os imigrantes sem documentos e estabelecer a "pena de morte" para aqueles que cometem assassinatos de americanosm, em meio a muitos aplausos.
"Os Estados Unidos são agora um país ocupado, mas em breve não serão mais", disse.
- "Piada desesperada" -
Kamala aproveitou os ataques para tentar conquistar a comunidade porto-riquenha nos estados pêndulo, onde muitos analistas acreditam que as eleições serão decididas.
"Os porto-riquenhos merecem um presidente que veja e invista em sua força", disse a vice-presidente em um vídeo publicado nas redes sociais ao lado dos comentários de Hinchcliffe.
O senador democrata pela Pensilvânia, John Fetterman destacou que quase meio milhão de porto-riquenhos vivem no estado e que quase 75% deles podem votar.
Em uma publicação na rede social X, o senador destacou que eles são "cruciais" e "não o final de uma piada desesperada".
Ricky Martin, astro porto-riquenho com 18,6 milhões de seguidores no Instagram, rapidamente compartilhou um vídeo do apelo de Kamala Harris aos eleitores porto-riquenhos, ao lado de um clipe dos comentários depreciativos de Hinchcliffe.
"Isto é o que pensam de nós", escreveu Martin em espanhol. "Vote em @kamalaharris".
O comício de Trump no "estádio mais famoso do mundo" teve uma aparição surpresa da sua esposa Melania, que abraçou o marido, e de apoiadores como o bilionário Elon Musk, que participa ativamente na campanha do ex-presidente.
Mas o local também entrou para a história por receber um comício dos seguidores nazistas de Hitler em 1939, com águias, símbolos nazistas e saudações. Nos últimos dias, um ex-colaborador do candidato republicano o chamou de "fascista".
Este é um lugar icônico para um homem icônico, ponto", disse Christine Randall, apoiadora de Trump que trabalha em Manhattan, ao tentar minimizar a importância das conexões do passado com o partido nazista.
- 'Sem nos arrependermos de nada' -
"Destruiu o nosso país. Não vamos suportar mais, Kamala, você está despedida. Fora", disse Trump à multidão.
Kamala, por sua vez, planejou um domingo repleto de eventos na cidade mais populosa da Pensilvânia, incluindo paradas em uma igreja da comunidade afrodescendente, uma barbearia, e um restaurante porto-riquenho.
"Devemos nos levantar no dia seguinte às eleições sem nos arrependermos de nada", disse Kamala em um comício na Filadélfia.
Esta foi a 14ª viagem da vice-presidente à Pensilvânia desde que, em julho, assumiu a candidatura democrata após a desistência surpreendente do presidente Joe Biden.
"Esta é a maior e melhor chance de ter no cargo uma mulher negra", disse à AFP Myrda Scott, da Filadélfia, em um dos eventos da campanha democrata nessa cidade.
Na terça-feira, Kamala apresentará o que sua campanha chamou de seu "argumento final" em Washington, no mesmo parque onde Trump reuniu seus apoiadores antes dos distúrbios de 6 de janeiro de 2021.
A.Wyss--NZN