Zürcher Nachrichten - O que os universitários argentinos pedem ao governo Milei?

EUR -
AED 3.998302
AFN 76.426194
ALL 99.362051
AMD 421.123927
ANG 1.941049
AOA 996.026725
ARS 1153.728687
AUD 1.72704
AWG 1.962117
AZN 1.854862
BAM 1.955447
BBD 2.174607
BDT 130.896355
BGN 1.955447
BHD 0.406027
BIF 3192.223348
BMD 1.088553
BND 1.446139
BOB 7.441656
BRL 6.269201
BSD 1.077005
BTN 92.037374
BWP 14.713342
BYN 3.524563
BYR 21335.645872
BZD 2.163309
CAD 1.565395
CDF 3126.873796
CHF 0.958764
CLF 0.026358
CLP 1011.477284
CNY 7.906494
CNH 7.914197
COP 4493.088357
CRC 538.202778
CUC 1.088553
CUP 28.846664
CVE 110.245085
CZK 25.060719
DJF 191.59539
DKK 7.500573
DOP 67.97772
DZD 144.798843
EGP 54.763107
ERN 16.3283
ETB 141.49494
FJD 2.531
FKP 0.84116
GBP 0.840874
GEL 3.020779
GGP 0.84116
GHS 16.87205
GIP 0.84116
GMD 78.517099
GNF 9414.918319
GTQ 8.396213
GYD 227.728082
HKD 8.467411
HNL 27.862269
HRK 7.572635
HTG 142.752504
HUF 405.117345
IDR 18062.454815
ILS 4.032312
IMP 0.84116
INR 93.107359
IQD 1427.108597
IRR 45784.744609
ISK 143.318238
JEP 0.84116
JMD 170.98477
JOD 0.771827
JPY 163.109967
KES 140.68886
KGS 94.191266
KHR 4366.503136
KMF 494.772864
KPW 979.688282
KRW 1599.446574
KWD 0.335591
KYD 0.905264
KZT 548.694693
LAK 23596.184252
LBP 97613.13545
LKR 322.737856
LRD 217.656494
LSL 20.037868
LTL 3.214215
LVL 0.658455
LYD 5.261435
MAD 10.486607
MDL 19.659299
MGA 5088.766351
MKD 62.119482
MMK 2284.812864
MNT 3800.653034
MOP 8.721282
MRU 43.32449
MUR 49.837385
MVR 16.812184
MWK 1887.712985
MXN 22.164961
MYR 4.828895
MZN 69.547517
NAD 20.037868
NGN 1674.697215
NIO 40.049167
NOK 11.418385
NPR 149.041604
NZD 1.903398
OMR 0.419058
PAB 1.088553
PEN 3.968659
PGK 4.446897
PHP 62.459117
PKR 305.020498
PLN 4.205395
PYG 8709.417428
QAR 3.962741
RON 5.00588
RSD 117.947349
RUB 92.660815
RWF 1551.914517
SAR 4.082481
SBD 9.250618
SCR 15.786875
SDG 653.699294
SEK 10.90043
SGD 1.45968
SHP 0.855432
SLE 24.830306
SLL 22826.420878
SOS 621.517548
SRD 39.888221
STD 22530.856788
SVC 9.525244
SYP 14153.511385
SZL 20.037868
THB 36.925516
TJS 11.853733
TMT 3.805994
TND 3.380904
TOP 2.621703
TRY 41.384344
TTD 7.392597
TWD 36.111316
TZS 2893.906017
UAH 45.256769
UGX 3985.071527
USD 1.088553
UYU 45.898252
UZS 14082.644856
VES 75.266068
VND 27897.763477
VUV 134.217333
WST 3.074051
XAF 659.697152
XAG 0.031916
XAU 0.000353
XCD 2.947102
XDR 0.821405
XOF 659.697152
XPF 119.331742
YER 267.812975
ZAR 20.070969
ZMK 9798.290415
ZMW 31.027642
ZWL 350.513738
O que os universitários argentinos pedem ao governo Milei?
O que os universitários argentinos pedem ao governo Milei? / foto: LUIS ROBAYO - AFP

O que os universitários argentinos pedem ao governo Milei?

Estudantes, professores e funcionários de universidades públicas da Argentina convocam a população a resistir ao veto anunciado pelo presidente Javier Milei a uma lei que melhora o orçamento universitário, mas vai de encontro à sua política de déficit fiscal zero.

Tamanho do texto:

A universidade pública, que formou personalidades como presidentes, referências na ciência e vencedores de cinco prêmios Nobel, corre o risco de ser precarizada devido às políticas de austeridade, disseram à AFP estudantes, professores e funcionários.

A lei, aprovada pelo Parlamento em 13 de setembro, estabelece um aumento do orçamento universitário, incluindo salários, para combater a inflação (236% em termos anuais em agosto). Seu impacto fiscal seria de 0,14% do Produto Interno Bruto, segundo o Gabinete de Orçamento do Congresso.

Diante da ameaça do veto, os universitários anunciaram um protesto para o dia 2 de outubro, semelhante à manifestação de 23 de abril, após a qual o governo concedeu um reforço orçamentário.

O Ministério de Capital Humano garantiu na quarta-feira que "há diálogo e compromisso", embora os representantes universitários questionem esta declaração.

O sistema de 66 universidades públicas concentra 80% das matrículas do país, cerca de 2,1 milhões de estudantes.

- "Um investimento" -

"Temos grandes gastos com instrumentos e é custoso comprar os materiais descartáveis. A faculdade fornece o que pode, mas sempre temos que 'arcar' com os gastos para continuar a graduação", conta a estudante de odontologia Ornella Sol Fritzler, que está prestes a se formar.

Em 2024 foi interrompida a entrega de kits para os consultórios no hospital universitário da Universidade de Buenos Aires, onde ela atende pacientes.

A estudante conta que a ajuda financeira que recebia da faculdade foi redirecionada para "pagar a luz, o gás e tudo o que é necessário para manter o edifício" de 17 andares onde 500 pacientes são atendidos.

Fritzler diz ter "medo" de que o reajuste acabe excluindo alunos que não têm condições de pagar pelos materiais. E discorda do presidente quando ele se refere ao orçamento da educação como despesa.

"Sou a primeira universitária da minha família e tenho certeza que sou um investimento", diz sorrindo.

Para Jorge Aredes, de 48 anos e que leciona na Faculdade de Odontologia há 25 anos, sem uma lei de financiamento universitário "será muito complexo manter toda a estrutura e serviços".

Embora não tenha revelado o seu salário, o professor afirmou que "historicamente" os salários são baixos.

Apesar disso, se recusa a lecionar no ensino privado. "Há uma questão de pertencimento e de devolver à sociedade o que ela nos deu. Nenhum professor pensa em sair da UBA", afirma ele, defendendo que "a educação universitária pública é um bem conquistado pela sociedade, um direito adquirido, um motor de mobilidade social ascendente".

- "A única saída" -

Rafael Fernández tem 59 anos e desde os 28 trabalha na recepção da universidade. Caso o veto de Milei seja bem-sucedido, ele perderá a possibilidade de ter um aumento de salário acima da inflação, que acumulou quase 95% nos primeiros oito meses do ano.

"O maior golpe foi em dezembro", afirma, em relação à desvalorização de mais de 50% após a posse de Milei. "No início você assimila o golpe diminuindo as compras, saídas ou despesas secundárias. Mas nos gastos que não podem ser evitados houve uma inflação ainda maior", declara.

O preço dos transportes, da energia e do gás dobraram ou triplicaram devido aos aumentos e reduções dos subsídios.

Se o veto for bem-sucedido, "seria quase impossível continuar vivendo deste trabalho e sustentar uma vida normal", diz ele, temendo problemas no funcionamento na universidade.

"Se perdermos a educação pública, vamos degradar a qualidade da ferramenta fundamental do trabalho, que são as pessoas. É a única saída", afirma.

J.Hasler--NZN