Boric anuncia parceria público-privada para exploração de lítio no Chile
O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou nesta quinta-feira (20) a criação de uma associação público-privada para a exploração de lítio, do qual o país é o segundo maior produtor do mundo.
"Faremos o esforço de exploração e agregação de valor com base no princípio da colaboração público-privada virtuosa", disse Boric, em mensagem em cadeia nacional na qual também anunciou o envio ao Congresso de um projeto de lei para criar o Conselho Nacional de Companhia de Lítio.
O Chile é o segundo maior produtor mundial de lítio, atrás apenas da Austrália e explora o metal apenas no Salar de Atacama, na região de Antofagasta, cerca de 1.700 quilômetros ao norte de Santiago.
Boric garantiu que o Estado estará presente em todas as explorações, mas não adiantou o nível de sua participação.
Além disso, suas reservas desse mineral estão entre as maiores do mundo, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
O lítio é usado para fabricar baterias para armazenamento de energia, de carros e ônibus elétricos, e sua demanda cresceu fortemente nos últimos anos, à medida que o mundo busca se afastar dos combustíveis fósseis para conter o aquecimento global.
O lítio "é fundamental na luta contra a crise climática e uma oportunidade de crescimento econômico que provavelmente não se repetirá no curto prazo", disse Boric.
- Melhor chance -
Em 2022, o lítio se tornou o produto que mais contribuiu para o PIB do Chile depois dos derivados de cobre, dos quais o país é o principal produtor mundial há várias décadas.
As exportações de carbonato de lítio cresceram mais de seis vezes em um ano, passando de US$ 1,233 bilhão em 2021 (cerca de R$ 7 bilhões na cotação da época) para US$ 8,930 bilhões em 2022 (cerca de R$ 49,6 bilhões), segundo dados do Banco Central do Chile.
"É a melhor chance que temos de avançar para uma economia sustentável e desenvolvida. Não podemos desperdiçá-la", acrescentou o presidente chileno.
Boric garantiu que o Estado estará presente em todas as explorações, mas não informou quanto seria a participação.
“Nosso desafio é que nosso país se torne o maior produtor mundial de lítio”, afirmou.
O lítio que o Chile extrai atualmente do Salar de Atacama, explorado em sistema de concessões pela empresa chilena SQM e pela americana Albemarle, representa mais de 30% do mercado global.
Existem também mais de 60 salinas e lagoas salinas no país.
O presidente de esquerda, que prometeu liderar um governo que promoverá políticas de respeito ao meio ambiente, também informou a criação de um Instituto Nacional de Lítio e Salinas, dedicado a pesquisas que não precisam de aprovação do Congresso.
U.Ammann--NZN