Presidente da Guatemala promete ser "aliado sólido" de Taiwan
O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, se comprometeu nesta terça-feira (25) a permanecer como um "aliado diplomático sólido" de Taiwan, durante uma visita à ilha de governo democrático que provocou críticas da China.
O chefe de Estado, que iniciou na segunda-feira uma visita de quatro dias, defendeu as relações com Taiwan durante uma cerimônia de boas-vindas em Taipé.
"Tenha certeza de que a Guatemala continuará ao lado da República de Taiwan como um aliado diplomático sólido e aprofundará as relações em todos os âmbito", disse.
O país da América Central é uma das poucas nações que ainda reconhecem Taiwan, uma lista que diminuiu nos últimos anos com a pressão de Pequim para isolar Taipé no cenário internacional.
A China considera Taiwan parte de seu território e não aceita que outros países mantenham relações diplomáticas simultâneas com Pequim e Taipé.
Em um discurso no Parlamento taiwanês, Giammattei criticou a China pela pressão contra Taiwan. Ele pediu à comunidade internacional que "sejamos solidários com aqueles que estão sob constante assédio procedente da outra margem do Estreito de Taiwan".
- Oportunidades de cooperação -
Em uma aparente referência às manobras militares chinesas ao redor de Taiwan, o presidente guatemalteco pediu o "silêncio dos tambores de guerra. Exijo o fim das hostilidades e guerras, tanto aqui como em outras regiões do mundo".
Ele destacou que seu país "mantém inalterada a postura a favor do reconhecimento de Taiwan como nação independente" e que promove a participação da ilha na ONU.
A presidente taiwanesa agradeceu o apoio de Giammattei.
"Espero que nossos países aprofundem suas relações e explorem mais oportunidades de cooperação durante a visita", declarou Tsai.
Giammattei pretende visitar uma empresa de tecnologia em Taichung e deve participar em um evento de promoção do café guatemalteco.
Tsai visitou Guatemala e Belize há algumas semanas para consolidar suas relações com os dois últimos aliados do país na América Central, depois que Honduras rompeu com Taiwan em março e se aliou à China.
Na viagem de volta a Taipé, Tsai fez uma escala nos Estados Unidos e teve uma reunião com Kevin McCarthy, presidente da Câmara de Representantes.
Em resposta ao encontro, a China organizou três dias de exercícios bélicos, que envolveram simulações de ataques e bloqueios à ilha de Taiwan.
Pequim advertiu na segunda-feira que reconhecer a China, um sócio econômico crucial para a nação centro-americana, estava "alinhado com os interesses fundamentais da Guatemala e as aspirações de seu povo".
O ministério da Defesa de Taiwan afirmou nesta terça-feira que detectou nove aviões e 11 navios militares chineses ao redor da ilha nas últimas 24 horas.
A América Latina é uma região disputada desde que Taiwan e China se separaram em 1949, ao final da guerra civil chinesa.
Pequim passou décadas convencendo os aliados diplomáticos de Taipé no continente a mudar de lado. Nove países abandonaram Taiwan desde que Tsai chegou ao poder em 2016.
As relações de Taiwan com o Paraguai estão sob risco. O candidato opositor à presidência Efraín Alegre afirmou que, se vencer as eleições de 30 de abril, reavaliará as relações com Taiwan.
W.Vogt--NZN