Biden e presidente filipino discutem influência da China na Ásia
Joe Biden discutirá com Ferdinand Marcos, nesta segunda-feira (1º), na Casa Branca, como conter a expansão da China, mas o presidente filipino alertou que seu país não se tornará "uma base" para ações militares.
O presidente americano receberá seu homólogo às 18h30 GMT (15h30 no horário de Brasília) no Salão Oval, em um momento de fortes tensões diplomáticas com a China.
A visita do chefe de Estado filipino ocorre em um contexto "extraordinariamente importante", informou um funcionário da Casa Branca em coletiva de imprensa.
"Nossos compromissos com a segurança das Filipinas são inabaláveis", insistiu o funcionário, que pediu anonimato.
Segundo ele, as Filipinas, que assinaram em 1951 um tratado de defesa mútua com os Estados Unidos, querem garantias após "uma série de provocações chinesas".
Em 23 de abril, um navio chinês e um filipino estiveram a ponto de colidir a cerca de 200 km da ilha de Palawan (Filipinas).
Este incidente, presenciado por uma equipe da AFP, é o último de uma longa lista de incidentes entre os dois países, que disputam a soberania sobre as ilhas do Mar da China Meridional.
Após ser eleito para o cargo, o presidente filipino disse que era partidário de uma relação equilibrada com Washington e Pequim, para onde viajou em janeiro, eu prometeu que seu país seria "amigo de todos e inimigo de ninguém".
"Não permitiremos que as Filipinas sejam utilizadas como base para nenhuma ação militar", afirmou no domingo no avião que o levava a Washington.
Mas os Estados Unidos esperam que o aumento das tensões no Mar da China Meridional contribua para que se posicione a seu lado.
- Modernização militar -
A visita a Washington será a ocasião, segundo o funcionário, para anunciar regras "de defesa bilateral" no mar, ar e ciberespaço.
Os Estados Unidos também querem apoiar a "modernização" das forças armadas filipinas com aviões e navios de guerra.
A relação entre Filipinas e Washington se desgastou durante o mandato do anterior presidente filipino, Rodrigo Duterte (2016-2022), partidário de uma aproximação com a China.
O atual governo americano tenta melhorá-la, como parte de sua política concentrada em fortalecer as alianças na região Ásia-Pacífico.
Estados Unidos e Filipinas já realizaram seus maiores exercícios militares conjuntos no Mar da China Meridional.
Manila permitirá que os Estados Unidos utilizem quatro bases militares adicionais, incluídas instalações navais próximas a Taiwan, uma ilha que a China considera parte de seu território.
Biden e Marcos também falarão sobre economia.
Washington aproveitará para desenvolver as relações econômicas com as Filipinas, cujo principal aliado comercial é a China. Se concentrará em energias renováveis, inovação tecnológica, metais estratégicos e segurança alimentar, segundo o funcionário americano.
Joe Biden já havia se reunido em setembro com o presidente filipino, filho do ditador Ferdinand Marcos (1965-1986), considerado por Washington como um aliado durante a Guerra Fria.
S.Scheidegger--NZN