Brasil recupera fóssil de dinossauro levado irregularmente para a Alemanha
Um fóssil de dinossauro de 110 milhões de anos, que foi levado irregularmente do Brasil para a Alemanha, retornou ao país depois de quase três anos de polêmica, anunciaram fontes oficiais nesta segunda-feira (5).
"O fóssil Ubirajara jubatus, primeiro dinossauro não-aviário com estruturas semelhantes a penas encontrado na América do Sul, retornou ao Brasil neste domingo (4) e foi levado para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Brasília", reportou a pasta em seu site.
O Ubirajara jubatus chegou ao Brasil junto com uma comitiva do governo alemão em visita oficial, liderada pela ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock.
Trata-se do fóssil de um dinossauro do tamanho de uma galinha coberto por penas que habitou o interior do Ceará.
Até agora, encontrava-se no Museu de História Natural de Karlsruhe, no sudeste da Alemanha.
O exemplar, guardado em duas caixas amarelas de aproximadamente meio metro por meio metro com 11,5 quilos, fará parte do acervo do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens do Ceará, entidade que pertence à Universidade Regional do Cariri.
A polêmica, que levou o Brasil a recuperar o exemplar, começou em dezembro de 2020, quando uma revista científica descreveu a nova espécie, encontrada, nos anos 1990, por pesquisadores estrangeiros no Ceará e levado para estudos na Alemanha logo em seguida.
A publicação revelou que nenhum cientista brasileiro participou do estudo, mostrando que o fóssil havia saído do país de maneira irregular.
Desde 1942, a legislação brasileira estabelece que os fósseis são patrimônio do Estado e não podem ser comercializados. Também é necessária uma autorização oficial para que possam deixar o país.
Cientistas brasileiros inciaram, então, uma campanha nas redes sociais pedindo a devolução do exemplar, com o lema #UbirajarabelongstoBR (Ubirajara pertence ao Brasil), para que a Alemanha devolvesse o fóssil.
“O MCTI não poupou esforços para viabilizar o retorno do Ubirajara. Entretanto, sem a mobilização da comunidade científica brasileira, não seríamos bem-sucedidos. O governo alemão foi sensível ao nosso pleito e, todos juntos, alcançamos essa vitória", disse o secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda, em nota à imprensa.
L.Muratori--NZN