Operação israelense na Cisjordânia mata quatro palestinos
Ao menos quatro palestinos morreram e sete integrantes das forças de segurança israelenses ficaram feridos nesta segunda-feira (19) na Cisjordânia ocupada, em confrontos violentos durante uma operação do exército disparos de mísseis a partir de um helicóptero.
Quatro palestinos, com idades entre 15 e 29 anos, morreram, segundo o ministério da Saúde palestino. Um deles, Qassam Abu Saria, era um combatente da Jihad Islâmica, anunciou o grupo islamita em um comunicado.
Os confrontos no campo de refugiados palestinos de Jenin, norte da Cisjordânia, foram de grande intensidade e um helicóptero disparou vários mísseis, de acordo com um fotógrafo da AFP, algo que não acontecia há muitos anos.
O ministro da Saúde, Mai al Kaila, pediu o envio "urgente" de insumos médicos, remédios e bolsas de sangue a Jenin, onde 62 pessoas ficaram feridas.
O exército de Israel informou que sete membros das forças de segurança ficaram feridos e foram hospitalizados. Algumas horas antes, um comunicado militar anunciou uma incursão em Jenin para deter "suspeitos procurados", durante a qual foi registrado um "tiroteio intenso".
Um helicóptero do exército abriu fogo contra homens armados para ajudar na saída dos soldados da área, afirma a nota.
Uma fonte palestina afirmou que esta foi a primeira vez que um helicóptero disparou mísseis contra Jenin desde 2002, durante a segunda Intifada (levante palestino, 2000-2005).
O tenente-coronel Richard Hecht, porta-voz do exército israelense, informou que um veículo blindado de transporte de tropas foi danificado por artefato explosivo de potência "muito incomum".
De acordo com o porta-voz, durante a tarde os soldados prosseguiam sob fogo cruzado quando tentavam recuperar cinco veículos bloqueados na área.
"Vai levar horas e será muito difícil, há muitos tiros", declarou.
O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, prometeu usar "todos os recursos a sua disposição para atacar os elementos terroristas onde quer que estejam".
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que está "extremamente preocupado" e denunciou o aumento do "uso excessivo da força" e dos "assassinatos ilegais" por parte das forças israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.
- "Unidade" -
Jenin, reduto de grupos armados palestinos, no norte da Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967, é cenário frequente de incidentes violentos com as forças israelenses, que executa muitas operações na região.
Cercado pelo exército israelense em 2002, o campo de refugiados de Jenin foi devastado nos confrontos, nos quais morreram 52 palestinos e 23 soldados israelenses.
"Estamos no meio de uma batalha global em todas as frentes que exige a unidade do nosso povo contra esta agressão", reagiu o ministro palestino de Assuntos Civis, Hussein al Sheikh, nas redes sociais.
Em março, quatro palestinos, incluindo um adolescente e combatentes, morreram em uma operação israelense no campo de refugiados.
Dez palestinos morreram em uma incursão na área em janeiro, a operação com o maior número de vítimas fatais na Cisjordânia em duas décadas.
Desde o início do ano, ao menos 162 palestinos, 21 israelenses, uma ucraniana e um italiano morreram no conflito israelense-palestino, de acordo com um balanço da AFP baseado nas informações divulgadas por fontes oficiais israelense e palestinas.
Do lado palestino, os números incluem combatentes e civis, entre eles menores de idade, e do lado israelense a maioria de civis, que também incluem menores de idade, e três membros da minoria árabe.
O.Krasniqi--NZN