Zürcher Nachrichten - A delicada busca dos soldados alemães executados pela Resistência na França

EUR -
AED 3.874129
AFN 71.760983
ALL 98.501428
AMD 413.068904
ANG 1.901768
AOA 960.851959
ARS 1063.429658
AUD 1.625107
AWG 1.901174
AZN 1.790137
BAM 1.960453
BBD 2.130606
BDT 126.100456
BGN 1.953695
BHD 0.397556
BIF 3117.528047
BMD 1.054743
BND 1.41713
BOB 7.292133
BRL 6.146938
BSD 1.055279
BTN 89.100297
BWP 14.416007
BYN 3.453314
BYR 20672.964894
BZD 2.126997
CAD 1.480928
CDF 3028.167286
CHF 0.930964
CLF 0.037363
CLP 1030.947691
CNY 7.643615
CNH 7.651971
COP 4652.69334
CRC 538.984223
CUC 1.054743
CUP 27.950692
CVE 110.525727
CZK 25.305348
DJF 187.911496
DKK 7.458532
DOP 63.611565
DZD 140.829224
EGP 52.36388
ERN 15.821147
ETB 133.379874
FJD 2.391788
FKP 0.832527
GBP 0.833933
GEL 2.879631
GGP 0.832527
GHS 16.408552
GIP 0.832527
GMD 74.886917
GNF 9093.667226
GTQ 8.141321
GYD 220.768694
HKD 8.208069
HNL 26.689339
HRK 7.523756
HTG 138.399761
HUF 413.103319
IDR 16729.649578
ILS 3.857175
IMP 0.832527
INR 89.042255
IQD 1382.393791
IRR 44391.497697
ISK 144.743224
JEP 0.832527
JMD 166.685577
JOD 0.748127
JPY 159.809428
KES 136.641598
KGS 91.553814
KHR 4246.016223
KMF 494.621646
KPW 949.268396
KRW 1469.462772
KWD 0.324249
KYD 0.879374
KZT 530.363683
LAK 23170.43868
LBP 94496.21778
LKR 307.071651
LRD 188.885575
LSL 19.145736
LTL 3.114382
LVL 0.638004
LYD 5.163253
MAD 10.573293
MDL 19.326591
MGA 4937.600837
MKD 61.47573
MMK 3425.764468
MNT 3584.01702
MOP 8.456649
MRU 41.94956
MUR 49.277267
MVR 16.295411
MWK 1829.799092
MXN 21.887608
MYR 4.685695
MZN 67.398531
NAD 19.145736
NGN 1782.547466
NIO 38.832156
NOK 11.696563
NPR 142.555934
NZD 1.787477
OMR 0.40602
PAB 1.055279
PEN 3.971726
PGK 4.254997
PHP 61.968288
PKR 293.223155
PLN 4.309628
PYG 8248.575445
QAR 3.846136
RON 4.976908
RSD 117.002541
RUB 116.965572
RWF 1454.030012
SAR 3.962385
SBD 8.849917
SCR 14.651265
SDG 634.427379
SEK 11.5389
SGD 1.415666
SHP 0.832527
SLE 23.925363
SLL 22117.440574
SOS 603.117017
SRD 37.327888
STD 21831.052794
SVC 9.234002
SYP 2650.073549
SZL 19.142611
THB 36.367648
TJS 11.31739
TMT 3.702148
TND 3.327998
TOP 2.470317
TRY 36.553147
TTD 7.163067
TWD 34.301622
TZS 2790.439997
UAH 43.935626
UGX 3894.149259
USD 1.054743
UYU 45.226259
UZS 13557.854023
VES 49.252486
VND 26774.653767
VUV 125.221221
WST 2.944411
XAF 657.508041
XAG 0.034778
XAU 0.000399
XCD 2.850496
XDR 0.807196
XOF 657.517414
XPF 119.331742
YER 263.606707
ZAR 19.188514
ZMK 9493.950888
ZMW 28.781622
ZWL 339.62685
A delicada busca dos soldados alemães executados pela Resistência na França
A delicada busca dos soldados alemães executados pela Resistência na França / foto: PASCAL LACHENAUD - AFP

A delicada busca dos soldados alemães executados pela Resistência na França

“Todo mundo sabia, ninguém falava sobre isso”, confessa o agricultor aposentado André Nirelli, da varanda de sua fazenda no montanhoso centro da França, referindo-se aos quase 50 soldados alemães nazistas executados pela Resistência.

Tamanho do texto:

"Ali é onde eles estavam alojados", afirma, apontando para um grande celeiro de calcário à sua esquerda.

Os "alojados" eram 46 soldados da Wehrmacht e uma francesa suspeita de colaboração, capturados por um grupo de combatentes da Resistência francesa.

Desse celeiro, os prisioneiros foram levados para um bosque perto do povoado de Meymac, onde tiveram de cavar sepulturas. Em 12 de junho de 1944, foram fuzilados e enterrados nelas.

A região é mais conhecida, no entanto, pelos graves crimes de guerra cometidos por soldados alemães dias antes. Em Tulle (centro), a cerca de 50 quilômetros de distância, membros da SS enforcaram 99 civis em sacadas e postes de iluminação.

E outra de suas unidades foi responsável pelo pior massacre da Segunda Guerra Mundial na Europa Ocidental a cerca de 100 quilômetros a noroeste de lá, em Oradour-sur-Glane. Mataram 643 pessoas e incendiaram a cidade.

Na terça-feira, uma comissão alemã de sepulturas de guerra começou a procurar por restos mortais de alemães perto de Meymac. O ponto de partida foi o relato da última testemunha ocular da execução, que quebrou o silêncio quase oito décadas depois.

“Foi um crime de guerra”, disse à AFP o ex-combatente da Resistência Edmond Réveil, de 98 anos, que não imaginava a comoção que isso causaria.

Nas últimas semanas, ele contou sua história repetidas vezes, pacientemente, mas com reservas. Relatou como seu grupo de resistentes "herdou" os prisioneiros e não sabia o que fazer com eles; como seu comandante "chorou como uma criança", ao falar com os alemães; como eles olhavam as fotos de suas famílias antes de serem fuzilados.

"Não eram jovens soldados. Os jovens estavam na Rússia", lembra Réveil.

Garante que não atirou neles e, quando questionado por que ficou por tanto tempo em silêncio e se temia trair seus companheiros, limita-se a responder: “Tinha que ser dito”.

- 'Atos de guerra' -

A história foi pouco conhecida por décadas até a entrevista desse ex-membro da Resistência à imprensa regional em meados de maio, a qual deu a volta ao mundo. Mas nem todos ficaram felizes.

“Ninguém queria que a história (...) manchasse a imagem da Resistência”, afirma o prefeito de Meymac, Philippe Brugère, que reconhece que houve um “omertà”, ou lei do silêncio, em torno desses acontecimentos.

Não foi, contudo, uma surpresa total. No final de 1960, já se faziam as primeiras escavações, que foram interrompidas sem que se soubessem os motivos. Os corpos de 11 soldados alemães chegaram a ser recuperados.

Com dez anos à época da exumação, Nirelli viu "como desenterravam esqueletos humanos na floresta".

"Os crânios me impressionaram. Um tinha um buraco na parte traseira", lembra ele, para quem "Réveil teria feito melhor ficando calado".

"Talvez seja preciso saber, primeiro, o que aconteceu", acrescenta o agricultor, pensativo.

Ao mesmo tempo, ele se solidariza com os descendentes dos soldados alemães que poderão pôr fim à incerteza sobre o paradeiro de seus familiares.

A questão das execuções realizadas pela Resistência na França durante a invasão da Alemanha nazista continua sendo um tema sensível. O historiador alemão Peter Lieb considera que houve cerca de 350, sem contar Meymac.

O historiador francês Hervé Dupuy prefere falar em "atos de guerra", e não em "crimes", para essas execuções, já que as forças de ocupação não aplicavam a Convenção de Genebra aos combatentes da Resistência, os quais matavam, ou torturavam, sistematicamente.

Segundo Réveil, no caso de Meymac, os integrantes da Resistência ficaram sobrecarregados por ter de lidar com um grupo de prisioneiros de guerra.

"Não foi um ato de vingança", ressalta, especialmente porque os massacres de Tulle e Oradour-sur-Glane ainda não eram conhecidos na época.

Ele agora parece aliviado por ter-se livrado de um fardo pesado que o acompanhou por toda a vida e disse que gostaria de ver erguida na floresta dessa localidade uma lápide dos alemães mortos.

R.Schmid--NZN