Ataque com carro em Tel Aviv deixa 7 feridos, coincidindo com incursão israelense na Cisjordânia
Pelo menos sete pessoas ficaram feridas em Tel Aviv nesta terça-feira (4) em um ataque com veículo, coincidindo com a maior incursão militar israelense em Jenin em vários anos, que deixou 10 palestinos mortos nesta cidade ocupada no norte da Cisjordânia.
A polícia israelense recebeu denúncias de "um carro que atacou vários civis" no norte de Tel Aviv e indicou que então "neutralizou o agressor".
Os médicos informaram que cinco feridos foram levados para hospitais, mas a polícia anunciou que o ataque deixou sete vítimas no total.
O incidente ocorre no segundo dia da maior incursão militar israelense em anos em Jenin, no norte da Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967.
Tanto a cidade quanto seu campo de refugiados, reduto de grupos armados palestinos, foram palco de várias incursões israelenses recentes.
Os drones sobrevoaram uma cidade nesta terça-feira com lojas fechadas e ruas desertas, repletas de escombros, pedras e barricadas improvisadas, segundo um jornalista da AFP.
O exército israelense disse ter "neutralizado" um poço subterrâneo usado para armazenar explosivos.
"Os soldados localizaram e desmantelaram duas salas de operações pertencentes a organizações terroristas na área", acrescentou em um comunicado nesta terça-feira.
- "Guerra aberta contra a população" -
A operação, que acontece sob o governo mais conservador da história de Israel, utiliza veículos blindados, escavadeiras militares e drones.
O exército bombardeou um "centro de operações conjuntas" que, segundo ele, serve como ponto de comando da "Brigada Jenin", um grupo militante local.
Também atingiu um depósito de armas, um local de "observação e reconhecimento" e um esconderijo para proteger os perpetradores de supostos ataques contra alvos israelenses, afirmou.
Desde segunda-feira, "120 suspeitos palestinos" foram detidos e "cerca de 300 terroristas armados ainda estão em Jenin, a maioria deles escondidos", disse o corpo armado.
De acordo com o Ministério da Saúde palestino, 10 palestinos morreram e 100 ficaram feridos, 20 deles em estado grave.
O Ministério das Relações Exteriores palestino denunciou "uma guerra aberta contra a população de Jenin".
Os confrontos entre as forças israelenses e os palestinos provocaram, na noite de segunda-feira, a fuga de "cerca de 3.000" residentes do campo, onde vivem 18.000 palestinos, segundo o vice-governador de Jenin, Kamal Abu al-Rub.
Diante de ataques de drones, os palestinos atiraram pedras contra soldados israelenses.
Também foram registrados confrontos entre soldados e homens armados em uma mesquita do campo, segundo o Exército, onde disse ter encontrado armas e explosivos.
- Reunião da Liga Árabe -
"Há bombardeios aéreos e uma invasão terrestre", disse Mahmud al-Saadi, diretor do Crescente Vermelho Palestino em Jenin, na segunda-feira.
"Várias casas e estabelecimentos foram bombardeados (...). Há fumaça saindo por todos os lados", acrescentou.
Qasem Benighader, um enfermeiro de 35 anos que trabalha no hospital, declarou: "Este é o pior ataque em cinco anos".
Segundo outro médico do hospital Ibn Sina, alguns dos feridos morreram porque não foram tratados a tempo.
"Alguns morreram e a condição de outros piorou", disse o médico Tawfeek al-Shobaki nesta terça-feira.
Em junho, sete pessoas morreram em outra intervenção do exército neste campo de refugiados.
Pouco depois, quatro israelenses foram mortos por dois palestinos perto do assentamento judeu de Eli (norte).
"Todas as opções estão sobre a mesa para atingir o inimigo", alertou a Jihad Islâmica palestina na segunda-feira.
No campo diplomático, a Liga Árabe convocou uma reunião de emergência para esta terça-feira.
A Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, países que mantêm relações diplomáticas com Israel, denunciaram a incursão.
Os Estados Unidos disseram, por sua vez, que apoiam "a segurança de Israel e seu direito de defender sua população".
Dese o início do ano, a violência relacionada ao conflito israelense-palestino matou pelo menos 187 palestinos, 25 israelenses, um ucraniano e um italiano, segundo um balanço da AFP com base em fontes oficiais.
F.Carpenteri--NZN