Zürcher Nachrichten - Trump reafirma seu poder e recebe apoio de ex-rivais em sinal de unidade

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Trump reafirma seu poder e recebe apoio de ex-rivais em sinal de unidade
Trump reafirma seu poder e recebe apoio de ex-rivais em sinal de unidade / foto: Patrick T. Fallon - AFP

Trump reafirma seu poder e recebe apoio de ex-rivais em sinal de unidade

Antes humilhados por Donald Trump, os ex-rivais do ex-presidente nas primárias republicanas expressaram apoio na terça-feira (16) à candidatura presidencial do empresário, sobrevivente de uma tentativa de assassinato, e defenderam a união do partido.

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No segundo dia de sessões na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, Trump e o seu candidato a vice, J.D. Vance, aplaudiram de pé a entrada no palco de Nikki Haley e Ron De Santis, que disputaram as primárias contra o ex-presidente.

O magnata de 78 anos tem um curativo na orelha direita, após ser atingido no ataque de um atirador durante um comício na Pensilvânia no sábado. Alguns apoiadores presentes na convenção também cobriram parte da orelha com um papel branco.

"Fiz isso em homenagem ao presidente Trump e ao sacrifício que ele fez pelo nosso país: quase ser assassinado para salvar o nosso partido, nosso país e nossa república. Espero iniciar uma tendência, de verdade", afirmou Joe Neglia, de 63 anos, delegado do Arizona.

- Unidade -

"O presidente Trump me pediu para falar nesta convenção em nome da unidade (...) E quero deixar algo claro. Donald Trump tem o meu maior apoio. Ponto final", disse a ex-embaixadora Haley, que foi a rival que permaneceu por mais tempo nas primárias contra o empresário.

O governador da Flórida, Ron DeSantis, e o empresário Vivek Ramaswamy, que também foram pré-candidatos, prestaram reverência a Trump, que deve disputar a presidência no dia 5 de novembro com o presidente democrata Joe Biden.

"Donald Trump é o presidente que realmente unirá este país, não com palavras vazias, e sim com ações", disse Ramaswamy para 2.400 delegados republicanos.

- De humilhados a alinhados -

A presença de Haley, que há apenas quatro meses disse que os Estados Unidos não poderiam "passar por mais quatro anos de caos" sob Trump, não estava prevista.

Mas o tiroteio de sábado em um comício de campanha na Pensilvânia mudou as coisas e Haley juntou-se ao programa de discursos.

"Acreditem em mim: nem sempre concordei com o presidente Trump", disse Haley, "mas concordamos mais do que discordamos".

E se o senador J.D. Vance, que foi um de seus principais críticos, apagou todas as publicações que fez contra ele e hoje é um leal aliado e companheiro de chapa, seus antigos rivais não ficaram para trás.

Trump, filho de imigrantes, zombou do nome de batismo de Nikki Haley, Nimarata Nikki Randhawa, e de suas raízes indianas. Inclusive, atreveu-se a dizer falsamente que ela não poderia se candidatar porque não era filha de pais americanos.

Depois, ele a derrotou nas primárias e, ao final, a ex-governadora da Carolina do Sul anunciou que votaria no ex-presidente. Na terça-feira, Haley pediu aos que não concordam 100% com Trump que o apoiem, assim como ela.

"Vamos mandar Biden de volta para o porão e Trump para a Casa Branca", disse o governador DeSantis, de quem Trump afirma ter recebido um pedido "de joelhos" por apoio durante a campanha.

O bilionário sugeriu que DeSantis usava salto alto e até disse que, ao final da disputa, ele acabaria "correndo para sua mãe".

Outro de seus rivais nas primárias, Vivek Ramaswamy, já estava na convenção e expressou publicamente apoio ao ex-presidente.

- Somando aliados-

Trump teve a estratégia ou as armas para converter seus críticos. Assim o fez com o agora indicado para o cargo de vice-presidente, o senador J.D. Vance.

"Ele me disse: 'Olha, acho que temos que salvar este país'. Acho que você é a pessoa que pode me ajudar da melhor maneira. Você pode me ajudar a governar. Você pode me ajudar a ganhar", contou Vance sobre o chamado de Trump, durante uma entrevista à Fox News.

O magnata também propôs esta semana ganhar votos fora de seu partido. Convidou o candidato independente Robert Kennedy Jr. a abandonar a corrida pela Casa Branca para apoiá-lo contra Joe Biden.

O ativista antivacina, sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, recusou.

Um vídeo da conversa entre os dois vazou nas redes sociais na manhã de terça-feira. Nele, Kennedy Jr. mantém um diálogo com Trump através do viva-voz de seu celular.

Trump contou a Kennedy como foi a situação que viveu no sábado na Pensilvânia. O bilionário disse ter sentido a bala que atingiu sua orelha como "o maior mosquito do mundo", segundo o candidato independente.

Já recuperado do susto, Trump retomará as atividades de campanha no sábado, com um comício no Michigan.

Por sua vez, Biden aproveitou para insistir na proibição do tipo de fuzil semiautomático usado na tentativa de assassinato.

"Um AR-15 foi utilizado no tiroteio contra Donald Trump... É hora de proibi-los", disse o democrata durante um evento de campanha em Las Vegas.

"Juntem-se a mim para tirar estas armas de guerra das ruas dos Estados Unidos", acrescentou.

F.E.Ackermann--NZN