Zürcher Nachrichten - A reação internacional ao resultado das eleições na Venezuela

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A reação internacional ao resultado das eleições na Venezuela
A reação internacional ao resultado das eleições na Venezuela / foto: Yuri CORTEZ - AFP

A reação internacional ao resultado das eleições na Venezuela

Países de todo o mundo pediram nesta segunda-feira (29) uma apuração transparente dos votos das eleições presidenciais na Venezuela, onde a autoridade eleitoral proclamou Nicolás Maduro vencedor. Apenas alguns parceiros manifestaram apoio ao presidente reeleito.

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As pesquisas apontavam o favoritismo do candidato Edmundo González Urrutia, um "outsider" escolhido pela carismática e popular líder opositora María Corina Machado, que foi impedida de concorrer por uma inabilitação política.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo chavismo, Maduro ficou sete pontos à frente de González (51,2% dos votos, contra 44,2%), após a apuração de 80% dos votos, um anúncio recebido com ceticismo pela comunidade internacional.

- Brasil -

Em nota, o Itamaraty instou a uma "verificação imparcial dos resultados" e pediu "a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação" para que o processo eleitoral tenha "transparência, credibilidade e legitimidade".

- Estados Unidos -

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, expressou "grave preocupação" com a possibilidade de que o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não reflita a vontade do povo. Ele pediu uma apuração "justa e transparente" dos votos.

"Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que cada voto seja contado de forma justa e transparente. Pedimos às autoridades eleitorais que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir a transparência e prestação de contas", disse.

- Colômbia -

O chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, pediu a "contagem total dos votos, sua verificação e auditoria de caráter independente" para "eliminar qualquer dúvida sobre os resultados".

- México -

O presidente Andrés Manuel López Obrador disse que seu governo reconhecerá o resultado uma vez concluída a apuração: "Se a autoridade eleitoral confirmar essa tendência, vamos reconhecer o governo eleito pelo povo da Venezuela."

- Declaração conjunta de nove países latinos -

Os governos da Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai exigiram nesta segunda-feira a "revisão completa dos resultados eleitorais" da Venezuela e solicitarão "uma reunião urgente do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) para emitir uma resolução que preserve a vontade popular", segundo um comunicado da Chancelaria argentina.

- União Europeia -

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu que a Venezuela garanta "total transparência no processo eleitoral, incluindo a apuração detalhada dos votos e o acesso às atas de votação".

- França -

"Só a total transparência do processo eleitoral pode garantir a sinceridade do voto e o respeito pela vontade dos eleitores", declarou nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores francês, apelando à publicação dos resultados de todos os centros de votação venezuelanos.

- Espanha -

O ministro espanhol das Relações Exteriores, José Manuel Albares, pediu ao país que garanta "total transparência" na contagem dos votos, a "publicação das atas" e que "a calma e a civilidade sejam mantidas".

- Argentina -

"DITADOR MADURO, FORA!!!", escreveu o presidente argentino, Javier Milei, em sua conta na rede social X antes da divulgação dos resultados oficiais.

"Os dados anunciam uma vitória esmagadora da oposição e o mundo aguarda que reconheça a derrota após anos de socialismo, miséria, decadência e morte", acrescentou. "A Argentina não vai reconhecer outra fraude e espera que desta vez as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular".

- Chile -

O presidente chileno, Gabriel Boric, disse que os resultados anunciados são "difíceis de acreditar" e exigiu "total transparência das atas e do processo", e que observadores internacionais não comprometidos com o governo confirmem a veracidade dos resultados".

"Do Chile não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável", acrescentou.

- Peru -

O chanceler peruano, Javier González-Olaechea, anunciou que convocará o embaixador do Peru na Venezuela para consultas diante do "graves anúncios oficiais das autoridades eleitorais venezuelanas".

- Equador -

O presidente equatoriano, Daniel Noboa, propôs uma reunião do Conselho Permanente da OEA para abordar a "delicada situação que vive a Venezuela". "Em toda a região há políticos que tentam agarrar-se ao poder e que buscam tirar a paz" dos cidadãos, acrescentou, alertando para o "perigo da ditadura".

- Panamá -

O presidente José Raúl Mulino anunciou hoje “a retirada” dos seus diplomatas da Venezuela e suspendeu “as relações diplomáticas até que seja realizada uma revisão completa das atas e do sistema de informática da apuração que permita conhecer a genuína vontade popular”.

- Costa Rica -

Na rede X, o presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, repudiou "categoricamente" a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da República Bolivariana da Venezuela, que considerou "fraudulenta".

- Uruguai -

Para o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, "não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos utilizados para chegar nele".

- Guatemala -

"A Venezuela merece resultados transparentes, precisos e que correspondam à vontade do seu povo", escreveu na rede social X o presidente da Guatemala, o social-democrata Bernardo Arévalo, que também disse ter recebido os resultados "com muitas dúvidas".

- Itália -

"Tenho muitas dúvidas sobre o desenvolvimento regular das eleições na Venezuela", afirmou o chanceler italiano, Antonio Tajani, que exigiu "resultados que possam ser verificados".

- Reino Unido -

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido afirmou que está preocupado com as acusações de "graves irregularidades" e pediu a "publicação rápida e transparente dos resultados completos e detalhados".

- Aliados de Maduro reconhecem resultado -

Governos aliados de Maduro também se pronunciaram sobre a eleição:

- China -

A China, que mantém vínculos próximos com a Venezuela, felicitou Nicolás Maduro por sua reeleição e afirmou que está "disposta a enriquecer a associação estratégica" com o país latino-americano, informou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

- Rússia -

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, também felicitou Maduro. O país é um aliado tradicional da Venezuela e destacou que as relações entre os dois países "constituem uma associação estratégica" e que acredita que estas se desenvolverão "em todas as áreas".

- Cuba -

- Nicarágua -

A Maduro "nossa homenagem e saudação, em honra, glória e por mais vitórias", afirmou o presidente Daniel Ortega.

- Bolívia -

O presidente da Bolívia, Luis Arce, saudou que "a vontade do povo venezuelano tenha sido respeitada nas urnas".

- Honduras -

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, felicitou Maduro por "seu triunfo inquestionável, que reafirma sua soberania e o legado histórico do comandante" Hugo Chávez, o falecido presidente que escolheu Nicolás Maduro como sucessor.

T.Furrer--NZN