Argélia aguarda resultado da eleição presidencial com Tebboune como favorito
O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, é o favorito para conquistar um segundo mandato após a eleição presidencial de sábado, cujo resultado deve ser conhecido neste domingo (8).
O presidente da autoridade eleitoral (Anie), Mohamed Charfi, anunciou uma “taxa média de participação de 48,03% às 20H00”, sem informar o número exato de eleitores.
O baixo comparecimento foi a principal característica de uma votação na qual Tebboune tem praticamente garantida a reeleição, destacou Hasni Abidi, analista e diretor do Cermam Research Centre, em Genebra.
Em dezembro de 2019, Tebboune foi eleito com 58% dos votos, em uma eleição com comparecimento de apenas 39,83% (60% de abstenção).
O presidente enfrentou dois candidatos nas urnas: Abdelaali Hassani, um engenheiro de 57 anos e líder do Movumento Sociedade pela Paz (MSP, principal partido islamista) e Youcef Aouchiche, 41 anos, ex-jornalista e senador, que lidera a Frente das Forças Socialistas (FFS, o partido de oposição mais antigo).
Neste domingo, a campanha de Hassani denunciou “violações” nas eleições, com “pressão sobre alguns gerentes de seções eleitorais para inflar os resultados”.
Por sua vez, o MSP descreveu a “taxa média de participação” anunciada pela autoridade eleitoral como um “termo estranho”.
Tebboune tem o apoio de quatro grandes legendas, incluindo aquele que já foi o partido único, a Frente de Libertação Nacional (FLN), e o movimento islamista El Bina.
Os três candidatos concentraram seus discursos de campanha em questões socioeconômicas, com promessas para melhorar o poder aquisitivo e recuperar a economia, para torná-la menos dependente dos hidrocarbonetos (responsáveis por 95% das receitas em moeda estrangeira).
Em relação à política externa, todos os três candidatos reiteraram seu apoio às causas da Palestina e do Saara Ocidental.
Historicamente, a Argélia tem apoiado a Frente Polisário, que defende a independência do saaraui em relação ao Marrocos, que controla a maior parte do território há quase cinco décadas.
A.P.Huber--NZN