Zürcher Nachrichten - Nove mortos e milhares de feridos em explosões de pagers nos redutos do Hezbollah no Líbano

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Nove mortos e milhares de feridos em explosões de pagers nos redutos do Hezbollah no Líbano
Nove mortos e milhares de feridos em explosões de pagers nos redutos do Hezbollah no Líbano / foto: Jalaa MAREY - AFP

Nove mortos e milhares de feridos em explosões de pagers nos redutos do Hezbollah no Líbano

Ao menos nove pessoas morreram e quase 2.800 ficaram feridas nesta terça-feira (17) no Líbano, quando os dispositivos de mensagem 'pager' dos membros do Hezbollah em todo o país explodiram quase simultaneamente, em uma ação atribuída pelo movimento islamista a um 'ataque cibernético israelense'.

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O número de mortos e feridos foi atualizado pelo Ministério da Saúde libanês, após o titular da pasta, Firass Abiad, ter indicado anteriormente que "oito pessoas morreram e cerca de 2.750 ficaram feridas" na explosão de bips ou pagers pertencentes a membros do movimento islamista pró-Irã Hezbollah.

Segundo o ministro, a maioria das vítimas apresenta ferimentos "no rosto, nas mãos, no abdômen e até mesmo nos olhos".

O Hezbollah declarou que entre os mortos estão dois de seus membros, os filhos de dois deputados do grupo islamista, Ali Ammar e Hassan Fadlallah, e uma menina de 10 anos.

O embaixador do Irã em Beirute, Mojtaba Amani, ficou ferido no incidente, informou a televisão estatal iraniana, acrescentando que o diplomata está fora de perigo.

Os bips ou pagers, aparelhos de comunicação que não precisam de cartão SIM nem de conexão à internet, explodiram poucas horas depois que Israel anunciou que iria estender à sua fronteira com o Líbano os alvos da guerra, até então focada na luta contra o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Desde o início da guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro de 2023 por uma incursão mortal de comandos do Hamas no sul de Israel, a fronteira com o Líbano tornou-se palco de confrontos de artilharia quase diários entre o Exército israelense e o Hezbollah, um aliado do movimento islamista palestino, que forçou dezenas de milhares de civis de ambos os países a fugir.

- Hezbollah acusa Israel -

"O inimigo israelense é totalmente responsável por esta agressão criminosa" e "receberá sem dúvida a sua punição justa", afirmou o Hezbollah em comunicado.

"Centenas de membros do Hezbollah ficaram feridos pela explosão simultânea dos seus pagers" no sul de Beirute, no sul do Líbano e no Vale do Beca, áreas que são redutos do movimento islamista, disse à AFP uma fonte próxima ao grupo libanês.

Um jornalista da AFP no Vale do Beca informou que "dezenas de feridos" foram levados ao hospital. Um correspondente na cidade de Sidon indicou que dezenas de ambulâncias chegaram aos centros de saúde.

- "Ação militar" -

Israel anunciou a sua decisão de estender os objetivos de guerra à fronteira com o Líbano para permitir o retorno das pessoas deslocadas.

Até agora, a prioridade de Israel era a guerra em Gaza e a destruição do Hamas, no poder desde 2007 no território palestino, bem como o regresso dos reféns sequestrados durante o ataque de 7 de outubro.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, foi ainda mais longe e garantiu que a "ação militar" contra o Hezbollah é "o único recurso para garantir o retorno das comunidades do norte de Israel para suas casas", disse Amos Hochstein, um enviado americano que visitou Israel.

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, viajará ao Egito na quarta-feira para discutir sobre uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns, informou o Departamento de Estado.

No ataque de 7 de outubro, os comandos islamistas mataram 1.205 pessoas, na maioria civis, no sul de Israel, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais israelenses.

Dos 251 sequestrados durante a incursão islamista, 97 continuam em cativeiro no território palestino, dos quais 33 foram declarados mortos pelo Exército israelense.

Os bombardeios e combates israelenses destruíram grande parte da Faixa de Gaza, causando a morte de pelo menos 41.252 palestinos, majoritariamente mulheres, adolescentes e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde desse território governado pelo Hamas.

A.P.Huber--NZN