Zürcher Nachrichten - Líbano denuncia 'crime de guerra' pela morte de jornalistas em bombardeio israelense

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Líbano denuncia 'crime de guerra' pela morte de jornalistas em bombardeio israelense
Líbano denuncia 'crime de guerra' pela morte de jornalistas em bombardeio israelense / foto: - - AFP

Líbano denuncia 'crime de guerra' pela morte de jornalistas em bombardeio israelense

O Líbano acusou, nesta quinta-feira (25), Israel de "crime de guerra", pela morte de três jornalistas em um bombardeio, em plena ofensiva israelense contra o movimento pró-iraniano Hezbollah.

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O canal pró-Irã Al Mayadeen anunciou que o repórter cinematográfico Ghassan Najjar e o engenheiro de radiodifusão Mohammad Reda morreram em um bombardeio israelense, que atingiu uma "residência de jornalistas" no sul do Líbano.

O ataque ocorreu durante a noite em Hasbaya, uma localidade que até agora não havia sido atingida pela intensificação dos bombardeios israelenses desde 23 de setembro, seguida de operações terrestres uma semana depois.

No mês passado, vários jornalistas se mudaram para este município com outras equipes, segundo a imprensa local.

O canal Al Manar, do Hezbollah, afirmou que o repórter Wissam Qassem também morreu no bombardeio israelense em Hasbaya.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, e o ministro da Informação, Ziad Makari, denunciaram um bombardeio "deliberado" que chamaram de "crime de guerra".

Israel não comentou o bombardeio, que, segundo o Ministério da Saúde libanês, também deixou três feridos.

Outros bombardeios foram registrados na periferia sul de Beirute, um dos redutos do Hezbollah, onde dois edifícios foram destruídos e um incêndio teve início, segundo a agência de notícias libanesa NNA.

O Exército israelense também afirmou que bombardeou um posto fronteiriço entre o Líbano e a Síria, alegando que o Hezbollah utiliza o local para fornecer armas.

Os ataques na região estão "obstruindo e realmente colocando em perigo um verdadeiro cordão de salva-vidas que as pessoas usam para fugir do conflito", alertou nesta sexta-feira Rula Amin, porta-voz para o Oriente Médio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).

Por sua vez, os capacetes azuis da ONU mobilizados no sul do Líbano afirmaram que enfrentam uma situação "extremamente difícil", depois que o Exército israelense abriu fogo novamente contra suas posições durante a semana.

- "Corrida contra o relógio" -

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, advertiu que a comunidade internacional está em uma "corrida contra o tempo" para encontrar uma "solução política" para o conflito no Líbano e evitar uma "conflagração generalizada".

Seu homólogo dos Estados Unidos, Antony Blinken, se expressou nos mesmos termos ao afirmar que é "realmente urgente" chegar a uma "solução diplomática".

O Hezbollah e o Exército israelense estão em conflito na zona fronteiriça desde 8 de outubro de 2023, quando o movimento xiita começou a disparar foguetes contra o território de Israel em apoio ao movimento islamista palestino Hamas, que um dia antes havia executado um ataque sem precedentes no sul de Israel, que desencadeou a guerra na Faixa de Gaza.

O Exército de Israel concentrou os esforços no território palestino até meados de setembro deste ano, quando deslocou a maior parte de suas operações ao Líbano para combater o Hezbollah.

Em 23 de setembro, Israel iniciou uma campanha aérea e, uma semana depois, uma operação terrestre no sul do país, com o objetivo de permitir o retorno dos 60 mil habitantes do norte de Israel que abandonaram suas casas devido aos incessantes disparos de foguetes do Hezbollah.

Pelo menos 1.580 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

O ministro libanês da Saúde, Firas Abiad, anunciou que 163 funcionários dos serviços de resgate e profissionais da saúde morreram nos bombardeios israelenses no último ano.

Segundo a ONU, o conflito deixou pelo menos 800 mil deslocados.

O Exército israelense anunciou 10 mortes em dois dias, o que eleva a 32 o número de militares do país que faleceram desde o início da operação terrestre, segundo um balanço estabelecido pela AFP.

- "Crimes atrozes" em Gaza -

Na Faixa de Gaza, dois bombardeios israelenses deixaram 20 mortos em Khan Yunis, sul do território, segundo a Defesa Civil.

O norte da Faixa de Gaza, onde Israel lançou uma ofensiva este mês, está passando por suas “horas mais sombrias”, marcadas por possíveis “crimes hediondos”, disse o alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk.

“Estamos enfrentando o que podem ser crimes hediondos, incluindo possíveis crimes contra a humanidade”, alertou.

O chefe da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que havia perdido o contato com a equipe do hospital Kamal Adwan, o último hospital remanescente no norte de Gaza.

O Ministério da saúde do governo do Hamas em Gaza afirmou que centenas de pessoas foram presas no centro de saúde, em Jabaliya, e que as forças israelenses estão lá dentro.

A guerra em Gaza começou com o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, quando milicianos islamistas mataram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento da AFP baseado em dados oficiais israelenses que inclui os reféns mortos em cativeiro em Gaza.

Das 251 pessoas sequestradas, 97 permanecem em cativeiro em Gaza, mas 34 foram declaradas mortos pelo Exército.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva contra o Hamas, que governa Gaza desde 2007, e matou pelo menos 42.847 palestinos - a maioria civis - na Faixa, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.

J.Hasler--NZN