Novo ataque maciço da Rússia contra o setor energético ucraniano
A Rússia lançou cerca de 120 mísseis e drones contra a rede de energia da Ucrânia em um novo ataque “maciço” que causou cortes de energia em várias regiões ucranianas durante a visita do presidente Zelensky à Polônia.
Os bombardeios ocorreram um dia depois que a Ucrânia reivindicou o maior ataque em território russo desde o início da guerra em 2022, tendo como alvo instalações industriais e militares em várias regiões russas.
"Em pleno inverno, o alvo dos russos continua o mesmo: nosso setor energético. Entre os alvos estão infraestruturas de gás e instalações de energia que garantem uma vida normal para a população", disse Zelensky em uma mensagem publicada nas redes sociais.
A Rússia tem atacado a rede elétrica e outras infraestruturas do país vizinho desde que começou a invasão da Ucrânia há três anos, causando frequentes quedas de energia em todo o país.
“Esta manhã, as Forças Armadas (...) lançaram um ataque agrupado com armas de alta precisão e drones de ataque contra a infraestrutura crítica de gás e energia que apoia o complexo militar-industrial ucraniano”, disse o Exército russo em um comunicado.
Moscou usou 43 mísseis balísticos e de cruzeiro, além de 74 drones de combate, de acordo com a Força Aérea ucraniana. Trinta mísseis e 47 drones foram abatidos, de acordo com a mesma fonte.
Alvos energéticos foram atingidos, acrescentou, inclusive nas regiões orientais de Kharkiv, Lviv e Ivano-Frankivk.
“Graças à nossa defesa aérea (...) somos capazes de manter o funcionamento do nosso sistema aéreo”, disse Volodimir Zelensky, pedindo aos aliados ocidentais de Kiev que "fortaleçam o escudo aéreo" da Ucrânia e cumpram suas promessas que "ainda não foram totalmente implementadas".
- Zelensky em Varsóvia -
O chefe de Estado ucraniano chegou na manhã desta quarta-feira à vizinha Polônia, que acaba de assumir a presidência rotativa da União Europeia.
“Os alvos (dos ataques russos) estavam muito próximos da nossa fronteira com a Polônia”, disse Zelensky. O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, disse que Varsóvia ajudaria a “acelerar” a adesão da Ucrânia à União Europeia.
No âmbito dessa reunião, Zelensky instou o Ocidente a usar cerca de 250 bilhões de dólares (1,5 trilhão de reais) de ativos russos congelados e não alocados para comprar armas de Kiev e ajudar a combater o Exército russo.
Zelensky enfatizou que “quanto mais cedo a Ucrânia estiver na UE, quanto mais cedo for membro da Otan, quanto mais cedo agirmos juntos, mais cedo toda a Europa terá a certeza geopolítica de que precisa”.
“A Rússia não passará por onde está nossa integração, nossa força comum”, acrescentou.
“Guerra, armas, sanções” e disputas históricas dominam a agenda das negociações em Varsóvia, disse Andrii Yermak, chefe da administração presidencial ucraniana, no Telegram.
O apoio da Polônia é muito importante para Kiev, especialmente diante do retorno do republicano Donald Trump à Casa Branca na segunda-feira e das dúvidas sobre a sustentabilidade do envolvimento dos EUA com a Ucrânia.
A Polônia, como costuma acontecer, retirou seus caças durante o ataque de mísseis russos que atingiu as regiões ocidentais da Ucrânia, incluindo Lviv, que faz fronteira com a Ucrânia.
Nesse território, “dois locais de infraestrutura crítica foram atingidos nos distritos de Drogobich e Strii”, disse o governador ucraniano da região de Lviv, Maxim Kozitski, em um comunicado.
Um dos mísseis caiu em um campo, sem explodir, acrescentou.
Na região vizinha de Ivano-Frankivsk, o ataque teve como alvo “locais de infraestrutura essencial” sem causar vítimas, disse a governadora do território, Svitlana Onyshchuk.
J.Hasler--NZN