ONU estima que 56% dos civis mortos em Gaza sejam mulheres e crianças
Cinquenta e seis por cento dos palestinos mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e Hamas são mulheres e crianças, segundo uma estimativa estatística da ONU apresentada nesta terça-feira (14), com base em números do governo do movimento islamista.
Os dados foram divulgados depois de o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, ter voltado a criticar na segunda-feira a ONU por dar crédito às estatísticas do Hamas, cujo ataque a Israel em 7 de outubro desencadeou o conflito em Gaza.
Desde o início da guerra, e à medida que o número de mortos pelos bombardeios israelenses contra a Faixa de Gaza continua a aumentar, a credibilidade dos dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, é questionada pelas autoridades israelenses.
As agências da ONU garantem que estes números são os únicos disponíveis e que provaram ser relativamente exatos e precisos ao longo das sucessivas guerras entre Israel e a Faixa de Gaza desde que o Hamas chegou ao poder.
O ministério da Saúde do Hamas anunciou, nesta terça, que a ofensiva militar israelense deixou até agora 35.173 mortos na Faixa de Gaza, em um balanço que não especifica a proporção de combatentes falecidos.
"Estamos falando de uma estimativa de cerca de 35 mil mortes", disse Christian Lindmeier, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante coletiva de imprensa em Genebra nesta terça.
Destes 35 mil mortos, "25 mil foram identificados" pelo ministério. Tratam-se de "números factuais", aos quais se somam "10 mil [mortes] não identificadas, segundo uma estimativa que responde a uma certa lógica", acrescentou.
"Dos 25 mil identificados [...] foram 40% homens, 20% mulheres, 32% crianças [...] e 8% idosos”, homens ou mulheres, acrescentou.
Considerando que os idosos estão divididos igualmente entre homens e mulheres, obtém-se uma distribuição de 44% de homens, 24% de mulheres e 32% de crianças, ou seja, "56% de mulheres e crianças", aplicável à estimativa de 35.000 mortos, explicou o porta-voz.
Se for levada em conta a possibilidade de haver mais mulheres e crianças entre os milhares que se acredita que permaneçam sob os escombros, "porque são as que normalmente ficam em casa", chegamos a "60% de mulheres e crianças", segundo "uma projeção estatística mínima", acrescentou.
O ataque dos comandos do Hamas em 7 de outubro a Israel causou a morte de mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em números israelenses.
Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 128 permanecem retidas em Gaza, das quais 36 teriam morrido, segundo o Exército israelense.
O.Hofer--NZN