Epidemia de mpox mata 548 na RDC e Suécia relata primeiro caso fora da África
A República Democrática do Congo (RDC) informou, nesta quinta-feira (15), que o surto de mpox, doença anteriormente chamada de "varíola dos macacos", matou 548 pessoas desde o início do ano, e a Suécia reportou o primeiro caso fora da África de sua variante mais perigosa.
Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia declarado a mpox como uma emergência de saúde pública internacional, seu nível de alerta mais elevado, devido ao aumento de casos na RDC e nos países vizinhos.
O ministro da Saúde da RDC, Samuel-Roger Kamba, anunciou em um vídeo que o país "registrou 15.664 potenciais casos e 548 mortes desde o início do ano".
O vírus afeta também todas as 26 províncias deste país de 2,3 milhões de km2 e 96 milhões de habitantes, indicou.
O governo implementou um "plano estratégico nacional de vacinação contra a mpox" e reforçou a vigilância à doença nas fronteiras.
O ministro afirmou que foram criados grupos de trabalho em nível governamental para rastrear contatos e ajudar a mobilizar recursos para "manter o controle desta epidemia".
A mpox foi descoberta em humanos em 1970 na atual RDC (ex-Zaire). É uma doença viral transmitida de animais para humanos, mas também é disseminada pelo contato físico próximo com uma pessoa infectada.
A doença provoca febre, dores musculares e lesões na pele.
- Suécia relata primeiro caso fora da África -
Nesta quinta-feira, a Suécia reportou o primeiro caso fora da África da variante mais perigosa da mpox, informou a Agência sueca de Saúde Pública à AFP.
Trata-se da mesma cepa do vírus detectado na (RDC) em setembro de 2023, causado pela variante Clade Ib, a mais contagiosa e perigosa.
"Uma pessoa que buscava tratamento" em Estocolmo "foi diagnosticada com mpox causada pela variante Clade I", informou a agência sueca, acrescentando que este é "o primeiro caso provocado pela variante I diagnosticado fora do continente africano".
A pessoa se infectou durante uma visita à "parte da África onde há um significativo surto da variante Clade I da mpox", detalhou o epidemiologista Magnus Gisslen em nota, acrescentando que o paciente recebeu tratamento.
A agência sueca indicou que "o fato de um paciente com mpox receber tratamento no país não representa um risco para a população em geral, um risco que o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças considera atualmente muito baixo".
Nesta quinta-feira, a OMS anunciou que prevê novos casos da doença na Europa "nos próximos dias".
"A confirmação da mpox Clade 1 na Suécia é um reflexo claro da interconectividade do nosso mundo... É provável que haja mais casos importados do Clade 1 na região europeia nos próximos dias e semanas", declarou o escritório regional europeu da OMS em comunicado.
- Vacinas -
O Departamento de Saúde dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira que "doará à RDC 50.000 doses da vacina JYNNEOS, aprovada pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)".
"A vacinação será um elemento crítico da resposta a este surto", afirmou em comunicado.
A farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic afirmou que está preparada para produzir até 10 milhões de doses de sua vacina contra a mpox até 2025.
A OMS declarou a mpox como emergência de saúde pública internacional um dia após o órgão de controle de saúde da União Africana ter instaurado o seu próprio estado de emergência devido ao surto.
A agência de saúde da ONU já havia tomado uma decisão semelhante em 2022, quando houve um surto global da anterior "varíola dos macacos", causado por uma cepa conhecida como Clade IIb.
Na ocasião, a emergência foi declarada de julho de 2022 a maio de 2023, em um surto que deixou 140 mortos e foram reportados quase 90.000 casos.
O Clade Ib, identificado na RDC desde setembro de 2023, causa doenças mais graves do que o clade IIb e a sua taxa de letalidade é mais elevada.
O.Meier--NZN