Virgin Galactic leva seus primeiros clientes ao espaço
O primeiro voo comercial da Virgin Galactic chegou ao espaço nesta quinta-feira (29), anunciou a empresa fundada em 2004 pelo bilionário britânico Richard Branson.
A companhia já voou cinco vezes ao espaço, mas seus únicos passageiros foram seus funcionários. Agora o faz tendo como cliente a Força Aérea Italiana.
Quatro passageiros viajaram a bordo da nave VSS Unity: dois altos comandantes da Força Aérea Italiana, um engenheiro do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália e um funcionário da Virgin Galactic. Dois pilotos estavam no comando.
A nave espacial superou os 80 km de altitude, o limite que, segundo o exército americano, marca o começo do espaço, informou um comentarista em um vídeo ao vivo da empresa.
"Bem-vindos ao espaço, astronautas", disse, entusiasmada, Sirisha Bandla, engenheira aeronáutica da Virgin Galactic, que já fez a viagem no passado.
Uma vez em gravidade zero, uma bandeira italiana foi exibida na cabine.
A missão, denominada Galactic 01, decolou da base Spaceport America, no estado desértico do Novo México.
Um enorme avião decolou às 8h30 locais (11h30 de Brasília) de uma pista convencional e, aproximadamente uma hora depois, a cerca de 15 km de altitude, soltou a nave, que se assemelha a um grande jato particular.
Então, a nave ligou seu motor e acelerou verticalmente. Durante alguns minutos, em gravidade zero, os passageiros puderam se soltar de seus assentos e flutuar na cabine.
Em seguida, a nave retornou para pousar na mesma pista.
O próprio Branson fez essa viagem espacial em julho de 2021. Pouco depois, a Agência de Aviação dos EUA (FAA) manteve a nave em solo para investigar um desvio de trajetória durante esse voo.
A Virgin Galactic anunciou, então, que estava interrompendo as operações para melhorar a nave, mas a pausa durou mais do que o esperado.
Em maio, a empresa realizou seu último voo de teste.
- Voos mensais -
O início das operações comerciais é esperado há muitos anos. Cerca de 800 clientes já compraram passagens com preços que variam de 200.000 a 250.000 dólares por passageiro (R$ 971.000 a 1,2 milhão, na cotação atual) e podem chegar a 450.000 dólares (R$ 2,1 milhões).
O programa espacial da Virgin Galactic também está atrasado há anos devido, entre outras coisas, a um acidente em 2014 no qual um piloto morreu.
O voo desta quinta-feira tem vocação científica, com vários experimentos a bordo, como o comportamento dos líquidos na ausência de gravidade ou a reação corporal dos passageiros.
"As missões de pesquisa da Virgin Galactic darão início a uma nova era de acesso repetido e confiável ao espaço para instituições governamentais e de pesquisa", disse o CEO da empresa, Michael Colglazier.
Em agosto realizará uma segunda missão, a Galactic 02. Após essa missão, a Virgin Galactic promete voos espaciais todos os meses.
A empresa concorre com a Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos, que também oferece voos suborbitais curtos e já enviou 32 pessoas ao espaço.
Mas seu foguete está em solo desde um acidente em setembro de 2022 durante um voo não tripulado.
Em março, a Blue Origin prometeu retomar os voos espaciais "em breve".
R.Schmid--NZN