Duzentas mulheres que acusam Al-Fayed de violência sexual negociam acordo com Harrods
Mais de 200 mulheres que acusam o ex-dono da Harrods Mohamed Al-Fayed de violência sexual iniciaram negociações para um acordo com a grande loja de departamentos londrina depois das revelações da emissora BBC em 19 de setembro, anunciou a Harrods nesta quinta-feira (10).
Desde a exibição do documentário "Al-Fayed: um predador na Harrods", mais "de 200 pessoas iniciaram um processo de acordo amigável de forma direta" com a loja de luxo, informou a marca em um comunicado enviado à AFP.
Algumas mulheres são representadas pela equipe de advogados "Justice for Harrods Survivors", que informou na semana passada ter 71 clientes de todo o mundo no âmbito de sua ação.
Antes destas revelações, a Harrods tinha "chegado a um acordo" desde 2023 em "alguns litígios com mulheres por atos de comportamento sexual repreensível" por parte de Al Fayed.
Al Fayed morreu em agosto de 2023 aos 94 anos, o que acabou com a possibilidade de qualquer ação penal contra ele.
Nascido em 27 de janeiro de 1929 em um subúrbio humilde da cidade egípcia de Alexandria, ele passou grande parte da vida no Reino Unido.
Ali, se tornou proprietário da Harrods em 1985 e do clube de futebol Fulham FC entre 1997 e 2013, período em que o time londrino foi finalista da Liga Europa, em 2010.
O bilionário vendeu a loja de departamentos em 2010 para o fundo Qatar Investment Authority, por 1,5 bilhão de libras (aproximadamente R$ 3,7 bilhões, na cotação da época).
A BBC, que recebeu para seu documentário o testemunho de cerca de 20 mulheres, anunciou, nesta quinta-feira, que foi contactada por outras 65 que acusam o magnata de estupro, intimidação e agressão sexual. Entre elas, 37 trabalhavam na Harrods na época.
Algumas denúncias remontam a 1977.
Al-Fayed era el pai de Dodi, que teve um relacionamento com a princesa Diana de Gales e morreu ao lado dela em um acidente de trânsito em Paris em 1997.
A.Weber--NZN